segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Angola: Casos de lepra sobem rápidamente no Kwanza-Sul


Neste momento registam-se quase duas centenas de casos confirmados

Fernando Caetano VOA

Na província angolana do Kwanza-Sul os casos de lepra têm vindo a aumentar substancialmente nas últimas semanas. Neste momento registam-se pelo menos 176 casos confirmados pelas autoridades sanitárias locais.
O supervisor provincial da tuberculose e lepra defendeu entretanto a necessidade para a determinação exacta das pessoas afectadas pela lepra.

Antero Carlitos Paulo disse que a intenção das autoridades sanitárias é a redução de casos da doença: “Para desenhar a matéria da lepra no Kwanza-Sul, nós começamos o ano passado com 99 casos e ao fim do ano nós estamos agora com 176 casos e esse balanço não é positivo porque para nós os números de casos devem baixar e não devem subir porque quando sobem isso constitui uma dificuldade o que se traduz que algo não está indo bem nos nossos serviços.

Temos o município do Sumbe com 41 casos, temos o município da Conda com 4 casos, temos o município do Seles com 27 casos, o da Cela nos apresenta 57 casos mas poderá haver alguma alteração porque temos muitas dificuldades de comunicação com relação a estatística que até agora ainda não recebi a estatística sobretudo da Cela que poderá alterar os números daquilo que temos até agora".

Quanto a instalação de leprosarias na província Antero Paulo disse não haver necessidades para tal devido à eficácia dos fármacos existentes que permitem que em sete dias sejam eliminadas as possibilidades de contágio.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Congresso dos Médicos debate "Globalização da Saúde"





Luanda  - O segundo e último dia do encontro do VIII Congresso Internacional dos Médicos em Angola é marcado hoje, no período da tarde, com a discussão dos temas "A gestão dos serviços de urgências hospitalares" e a  "Globalização da Saúde".

Fonte: Angop Club-k.net

No programa dos trabalhos, a serem efectuados neste sábado, a que a Angop teve acesso, consta ainda que serão analisados assuntos como "Cardiologia de intervenção - avanços recentes", "Transplantes renais", "Nutrição no país e Vih/Sida" .
São ainda analisados os relatórios, as perspectivas e momentos da cirurgia plástica em Angola, patologia pôs-asfixia no período precoce, a utilização da psicologia médica na prática clínica das instituições públicas de saúde na cidade do Lubango, província da Huíla .
Neste período, estão ainda em abordagem aspectos como a digitalização como suporte ao diagnóstico por imagem e farmacovigilância intensiva nos hospitais do Lubango.
 O encontro decorre desde sexta-feira sob o lema "Saúde em Angola- o presente e o futuro", tendo a abertura sido presidida pelo vice-presidente da República, Manuel Vicente. Participaram dessa cerimónia, entre outros membros do Executivo, o ministro da Saúde, José Van-Dúnem.

Médicos pedem uniformização das normas de diagnóstico da diabetes

A uniformização das normas de diagnóstico da diabetes, de tratamento e seguimento da doença, capacitar enfermeiros e quadros médicos como endocrinologias foi apontado como uma das principais tarefas que o Ministério da Saúde deve realizar.
 Esta preocupação foi manifestada sábado, em Luanda, pelos participantes do VIII Congresso Internacional dos Médicos em Angola, que decorreu durante dois dias sob lema “A saúde em Angola o presente e o futuro”.
 Os participantes recomendaram o aumento da cobertura do pré-natal para a prevenção e tratamento da malária congénita.
A criação de protocolos específicos para a indicação da realização de endoscopias digestivas altas, devido ao facto de o excesso de uso este meio diagnóstico não encontrar correlação entre as indicações e os achados endoscópios.
 A promoção de hábitos alimentares saudáveis, um serviço de nutrição comunitária, em estreita ligação com o serviço de nutrição hospitalar capaz de atender situações críticas de mal nutrição, desnutrição e sub-nutrição constam das preocupações dos médicos.
 A reabilitação em Angola recomenda ter serviços disponíveis de internamento, ambulatório e oficinas orto-protesicas.
 No encontro, que decorreu durante dois dias sob lema “A saúde em Angola o presente e o futuro”, foram abordados temas como “perspectiva da medicina em Angola”, “a saúde da criança”, “epidemiologia da diabetes em África”, “a saúde mental”, “como alcançar um alto desempenho no sector da saúde em Angola ”, “cirurgia em oncologia”, “saúde materna”, “reflexões sobre o estado actual da sinistralidade rodoviária e socorrismo em Angola”.
  Organizado pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Ordem dos Médicos de Angola, o encontro teve como objectivos a actualização, aprofundamento e enriquecimento técnico-científico dos médicos, bem como a troca de experiências produzidas no contexto nacional e internacional.



sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Segurança Social nega pedir para laquear trompas


por Céu Neves

Os responsáveis da Segurança Social negam que tenham obrigado uma mãe a laquear as trompas, sendo-lhes retirados sete dos dez filhos. Em causa a situação de Liliana Melo, 34 anos, que diz que as crianças lhe foram tirados por ser pobre, o que levou ontem o PS a pedir explicações ao Ministro da Solidariedade e da Segurança Social.
A recusa sistemática em laquear as trompas - Liliana Melo teve mais três gravidezes e quatro filhos desde o início do processo - está indicada no acórdão do tribunal como um dos pontos que não foi cumprido nas medidas de proteção dos menores , a par da não apresentação de um comprovativo de emprego, da falta da assiduidade das crianças à escola, e da garantia terem condições de higiene e as vacinas em dia.  
"Não teria sido certamente a recusa da mãe em aceitar as recomendações do serviço de planeamento familiar, matéria que é responsabilidade dos serviços de saúde e não dos serviços da Segurança Social, que esteve na base de uma decisão judicial de retirada das crianças", referem os técnicos da Unidade de Comunicação do Instituto da Segurança Social. E acrescentam que foi "um conjunto de circunstâncias reveladoras da incapacidade da mãe para exercer as responsabilidades parentais e a constatada situação de risco para as crianças 
Foi aquela decisão que levou o caso aos tribunais e o posterior encaminhamento de sete menores para a adoção. Recentemente, duas advogadas decidiram representar Liliana, que não tinha apoio jurídico, e ir para o Tribunal Constitucional . Criticam a obrigação da mulher em laquear as trompas e sublinham que as condições de vida da família melhoraram.  
Ontem, as deputadas socialistas Isabel Moreira, Elza Pais e Maria Antónia de Almeida enviaram um requerimento ao Governo a pedir explicações sobre a atuação da Segurança Social e da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens. A ex-secretária de Estado da Igualdade, ElzaPais, justificou ao DN que a medida de adoção é uma solução limite e que a causa não pode ser a pobreza e muito menos a exigência da laqueação das trompas- 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Quase 170 milhões de anos de vida saudável perdidos para o cancro


O cancro provocou a perda de 170 milhões de anos de vida saudável no mundo só em 2008, indica um estudo alertando para as desigualdades entre pacientes de países ricos e pobres.
VOA
O cancro provocou a perda de 170 milhões de anos de vida saudável no mundo só em 2008, indica um estudo hoje divulgado, que alerta ainda para as desigualdades entre pacientes de países ricos e pobres.

O cancro provocou a perda de 170 milhões de anos de vida saudável no mundo só em 2008, indica um estudo hoje divulgado, que alerta ainda para as desigualdades entre pacientes de países ricos e pobres.

Publicado na revista científica 'The Lancet', o primeiro estudo detalhado a calcular o impacto global do cancro em número de anos de vida saudável perdidos pelos pacientes aponta para um total de 169,3 milhões de anos perdidos em 2008.

O número resulta de uma medida conhecida como "anos de vida adaptados à incapacidade" (AVAI) e reúne, não só o número de mortes devido ao cancro, mas também as consequências incapacitantes dos tumores não fatais (por exemplo, a mastectomia num cancro da mama ou a infertilidade num cancro do colo do útero).

Os resultados referem que em 2008 o cancro provocou a perda de 2.369 anos de vida saudável por cada 100 mil habitantes, a maioria dos quais (90%) resultaram de mortes prematuras e o restante de incapacidade.

Liderado por Isabelle Soerjomataram, da Agência Internacional para a Investigação do Cancro, em França, o estudo inclui dados sobre 27 tipos de cancro em 184 países, agrupados em 12 subrregiões e nos quatro níveis de desenvolvimento humano, e destaca grandes desigualdades no impacto da doença.
Quando dividiram os países consoante o índice de desenvolvimento humano, por exemplo, os investigadores concluíram que, embora a diferença pareça pequena a nível dos AVAI, há uma distinção entre o peso relativo das mortes e o da incapacidade.

Os resultados, explica Isabelle Soerjomataram, "refletem uma mortalidade prematura mais elevada nos países de baixo desenvolvimento humano e uma maior taxa de deficiência e incapacidade nos países de alto desenvolvimento humano".

Enquanto na África subsaariana, 96% dos anos perdidos se deveram à morte dos pacientes, na América do Norte essa percentagem baixa para 84%, exemplifica o estudo. Mas há casos em que a diferença é ainda maior, como no cancro dos testículos: nos países de desenvolvimento humano muito elevado, a mortalidade representa 38% do AVAI, enquanto nos de baixo desenvolvimento humano é de 96%.

Isto significa que os doentes com cancro nos países de baixo rendimento "têm piores prognósticos", escrevem os investigadores.

"O nosso estudo representa um primeiro passo para o estabelecimento de uma base de evidência (...) que é urgentemente necessária para estabelecer prioridades no controlo do cancro”, diz Isabelle Soerjomataram.

Freddie Bray, co-autor do estudo, sublinha que as conclusões "ilustram claramente como o cancro já é uma barreira para o desenvolvimento sustentável em muitos dos países mais pobres, o que tenderá a exacerbar-se nos próximos anos se o controlo do cancro for negligenciado".

O estudo sublinha que a prevenção primária tem um papel crucial na redução do impacto da doença, já que a melhoria do acesso a tratamentos de elevada qualidade não aumentou de forma significativa a sobrevivência nos casos dos cancros mais graves.

"Os nossos dados sustentam a necessidade de mais atenção à prevenção do cancro e a programas de tratamento nos países de baixo rendimento", concluem os investigadores, que alertam para o previsível aumento do impacto do cancro nos países em desenvolvimento.